Trabalhar com corretagem pode ser saída contra a crise
- ML Negócios Imobiliários
- 3 de mai. de 2021
- 3 min de leitura

Muito já foi dito que o setor imobiliário atravessa uma de suas melhores fases em plena pandemia. E trabalhar com corretagem pode ser um caminho profissional diante da elevação da taxa de desemprego e das crises sanitária e econômica.
Senão, vamos aos números: no primeiro trimestre de 2021 foram vendidos em Salvador 52% mais imóveis do que no mesmo período do ano passado. Na Bahia, o crescimento foi de 31%. Os dados foram divulgados esta semana pela Associação dos Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário da Bahia (Ademi).
Paralelo a isso, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) anunciou ontem que a taxa de desemprego no país atingiu 14,4% no trimestre encerrado em fevereiro. Ou seja, 14,4 milhões de brasileiros estão em busca de recolocação.
Segundo a assessoria de imprensa do Conselho Regional de Corretores de Imóveis na Bahia (Creci), de janeiro deste até o momento, 314 novos profissionais foram diplomados na entidade e estão aptos a atuar com venda, aluguel e administração imobiliária, e mais turmas “já estão agendadas”.
Em uma demonstração do interesse maior por capacitação na área, a segunda edição do projeto Saber Imobiliário, promovido pelo Conselho Federal de Corretores de Imóveis (Cofeci/Creci), que acontece online entre a próxima segunda e quinta-feira, registrava até ontem mais de oito mil inscritos de todo o país.
Com o tema “Comunicação no empreendedorismo imobiliário”, o evento é gratuito e vai contar com apresentações de especialistas, sempre das 19h30 às 21h30. Mais informações e inscrições em www.projetosaberimobiliario.com.br.
A secretária-executiva Cláudia Oliveira, 55 anos, recebeu a carteira com o registro no Creci em fevereiro último, um mês antes de ser avisada de que seria demitida do emprego – sem carteira assinada. Empolgada com a nova profissão, conta ainda sentir frio na barriga e nervosismo em cada atendimento, afirmando não ser fácil, “mas também não impossível”.
“Requer muita empatia, atenção, organização. Você passa a não ser só vendedora, mas assessora, consultora. Não cabe mais uma coisa só. Não foi fácil [no início], mas não é impossível. Tem de ter fé na luta, na batalha, ficar ligada nas redes sociais, nas tecnologias, legislação, novidades em decoração. Fazer a diferença”.
Ainda atuando como autônoma, e com imóveis na carteira que vão de sala comercial à casa de alto padrão, ela destaca desde já a importância da “parceria” com outros corretores e afirma avaliar a possibilidade de trabalhar para imobiliária/incorporadora.
“Eu tenho estudado convites, pois é uma experiência que acredito ser bem interessante, ter uma outra visão do mercado. Pela imobiliária você tem respaldo de toda uma equipe por trás, não se preocupa com marketing, anúncio, jurídico. Em compensação, como autônomo toda a comissão da venda é sua”, conta ela.
“Boom”
“Sim, existe um boom no mercado, e quem pode permanecer no home office e não perdeu renda está mudando para um novo imóvel, mas também há quem ainda precise de um escritório, de consultório médico, um espaço comercial para trabalhar. Isso quando não querem reformar a casa, existe muita oportunidade”, fala.
Vice-presidente do Creci no estado, o consultor Nilson Araújo conta que este não é um fenômeno exclusivo da Bahia, mas nacional. Segundo ele, os mercados de imóveis e da construção civil reagiram à pandemia de maneira “inusitada”.
Fundador do Instituto de Cultura Imobiliária (ICI), ele confirma o aumento na busca por formação e qualificação na área, entre elas de avaliação de imóvel, mentoria para perito judicial e administração em locações urbanas, e diz que não há outro caminho a não ser investindo em conhecimento.
“Tem que estudar, investir. Existem muitas opções. Tem muito colega advogado chegando na área, por exemplo. Como também há muito corretor de imóvel que é sazonal, ou seja, atua somente enquanto existe uma crise”, fala Araújo.
Ainda segundo ele, novos empreendimentos e investimentos estão previstos para Salvador e região metropolitana ainda este ano, o que deve movimentar ainda mais o mercado local. Um deles, com mais de duas mil unidades, conta.
“Esses produtos vão precisar ser escoados”, afirma.
“A história se repete em épocas diferentes, já tivemos várias crises, mas essa é única, com a perda de muitas vidas e empregos. Mas a residência é primordial, quem não compra precisa alugar, quem não pode alugar vai morar na casa dos pais. Já começa a haver aqui, inclusive, investimentos de empresas internacionais”.
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