Em busca de espaço, moradores trocam apartamentos por casas na pandemia no interior de SP
- ML Negócios Imobiliários
- 22 de jun. de 2021
- 2 min de leitura

Por muito tempo, os apartamentos ganhavam a preferência dos compradores, que buscavam por praticidade e acessibilidade financeira. No entanto, com a pandemia de coronavírus, essa percepção tem mudado.
Uma pesquisa realizada pelo Conselho Regional de Corretores de Imóveis de São Paulo (CRECI-SP), com mais de 66 imobiliárias e corretores das regiões de Sorocaba e Itapetininga (SP), mostrou que as casas representaram 60% das vendas de imóveis do mês de março deste ano, contra apenas 40% de apartamentos.
Segundo o presidente da CRECI-SP, José Augusto Viana Neto, as pessoas estão passando mais tempo dentro de casa e isso fez com que a busca por lugares mais aconchegantes, silenciosos e espaçosos ganhassem a preferência dos consumidores. "Os apartamentos são muito procurados por famílias pequenas e com uma rotina agitada, que passam pouco tempo de casa. Com a chegada da pandemia de coronavírus, as coisas mudaram. O home office e as aulas remotas são uma realidade e isso fez com que as pessoas passassem a desejar lares mais espaçosos e com mais privacidade", explica o presidente. Família de Itapetininga optou por mudança de casa na quarentena — Foto: Luciane Parrilha/Arquivo pessoal Luciane Parrilha, de 30 anos, faz parte do grupo de pessoas que, durante a pandemia, decidiu trocar o apartamento onde morava com o esposo e o filho de 3 anos por uma casa em Itapetininga (SP).
Em março do ano passado, ela e o esposo passaram a trabalhar pelo sistema home office. Neste mesmo período, as aulas presenciais foram suspensas, fazendo com que toda a família cumprisse o isolamento social dentro do apartamento, de apenas 50 metros quadrados. De acordo com Luciane, a mudança fez muito bem a todos da família. Agora, ela e o marido têm um espaço adequado para trabalhar e o filho do casal tem mais liberdade para brincar. “Estamos muito felizes com a mudança! Claro que levamos um tempinho para se acostumar com tudo. No início, mesmo com todo o espaço, meu filho brincava somente no sofá. Hoje ele se diverte pelo quintal, anda de bicicleta e isso me enche de alegria. Agora, o próximo passo é a construção da casa própria”, conta Luciane. Tendência Apesar da pesquisa ter sido realizada em algumas cidades do interior do estado de São Paulo, para o presidente do CRECI-SP, a procura de casas no lugar de apartamentos é uma realidade a nível nacional.
Ele também acrescenta que a pandemia despertou o olhar das pessoas sobre o ambiente onde elas vivem e isso se reflete no setor imobiliário, que está em aquecimento. “Acredito que a busca por casas tende a se prolongar nos próximos meses, assim como os apartamentos. Esse cenário é muito favorável ao setor imobiliário, que continuará em aquecimento. No entanto, é preciso que as imobiliárias se adequem as necessidades dos compradores", completa.
*Colaborou sob supervisão de Júlia Nunes. Veja mais reportagens na página Mercado Imobiliário do Interior
Comments